sexta-feira, 21 de julho de 2017

Uma parábola que demonstra a reencarnação

A chamada parábola do credor incompassivo (Mateus 18:21-35) é uma das mais famosas. Exclusiva do referido Evangelho, nela Nosso Senhor fala do perdão que sempre devemos aplicar ao nosso próximo, para que assim Deus também nos perdoe mais facilmente de nossas faltas. No entanto, essa parábola também fala implicitamente sobre a reencarnação. Analisemos: a história fala de um servo que, conduzido ao seu patrão, foi obrigado a pagar uma dívida vultosa. Implorou o perdão desta e recebeu; porém, quando encontrou um colega de serviço que lhe devia um valor incomparavelmente menor, não o perdoou! Quando o patrão soube do ocorrido, puniu severamente o servo sem misericórdia.

Comecemos pelos valores das dívidas: algumas pessoas convertem os valores daquelas moedas do tempo do Cristo para os valores monetários atuais. Não sei como fazem isso, mas um talento valia 10000 denários; ora, o servo malvado devia 10000 talentos, o outro servo devia 100 denários. Ou seja, a dívida do servo que acabou vítima do malvado era 1000000 de vezes menor! É aí que entra o conceito das múltiplas existências. Ora, o patrão é Deus; o servo impiedoso pode ser qualquer pessoa, mas seu companheiro é o próximo, de quem Jesus tanto fala. Como entender então que tenhamos tantas dívidas (ou seja, erros, imperfeições e “pecados”) perante o Senhor e nossos irmãos tenham muito menos? A resposta é que diante do Senhor Deus vamos acumulando dívidas em nossas numerosas passagens pela Terra, enquanto diante dos outros companheiros de jornada acumularemos muito pouco, por piores que sejamos em uma única existência terrestre. De outra forma, a leitura desta parábola faria com que nos sentíssemos verdadeiros monstros em termos de consciência. Adiante é dito que “irou-se o seu Senhor e o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia”. O que isto significa? Que enquanto não nos purificarmos completamente de nossas imperfeições, continuaremos nos reencarnando e nos aperfeiçoando. Os “verdugos” podem ser também pessoas que lesamos e que acabam por nos devolver o que fizemos de errado. Esta é a lei de causa e efeito.

Por isso mesmo, são pertinentes as palavras do Cristo, ditas no começo da parábola: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete [perdoarás teu próximo]”. Mesmo que você não acredite em reencarnação, confie nas palavras de Jesus!
Sugestões de leitura: O Evangelho segundo o Espiritismo (Allan Kardec), Os quatro Evangelhos (Jean Baptiste Roustaing), Parábolas e ensinos de Jesus (Cairbar Schutel).
Que o Senhor Deus ilumine os caminhos de todos!