terça-feira, 17 de maio de 2011

Rapidinhas

Será que a homofobia está com seus dias contados no Brasil? Acho que ainda não. Semana passada, porém, um avanço foi dado nesta área, com a votação, por unanimidade, pelo STF (Supremo Tribunal Federal) do direito do contrato civil por pares homossexuais. Ainda não é casamento, mas os homossexuais já conquistaram, na prática, alguns direitos previstos na Constituição de 1988 para casais heterossexuais, entre eles o direito de adoção de crianças. Entretanto, a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) e a “bancada evangélica” (para isso são unidos, não é?), que tem como expoente o senador Magno Malta, o senhor da pedofilia, estão barrando mais avanços por enquanto (esqueceram que o Brasil é um país laico desde a proclamação da República?); além, claro, do deputado federal neonazista Jair Bolsonaro (PP-RJ). Puro sinal de atraso... Seguimos como uma das nações mais preconceituosas e discriminatórias contra os homossexuais e afins, e, diferente do racismo, a coisa é aberta e descarada, com direito a atos de violência!
Homofobia, assim como o racismo e toda e qualquer forma de preconceito e discriminação, são pura ignorância, e crime, que devem ser combatidos em nossa sociedade; pedofilia é doença, assim como outras parafilias (perversões sexuais bizarras e violentas); contudo, seus praticantes não devem ser isentados de responsabilidade; castração química já!
E, para encerrar: semana passada, vi cenas revoltantes de animais em risco de extinção, com pumas e onças, sendo mortos em uma barbárie cruel, brutal e repugnante que chamam de “safári”, em uma fazenda no Mato Grosso, de propriedade de uma “senhora” de nome Beatriz Rondon. O marechal Cândido deve estar se contorcendo no túmulo com essa falsa ambientalista! Adoraria ver a maldita punida, mas temo que não aconteça. Afinal, se nem com os seres humanos eles fazem justiça aqui; é só lembrar o caso Galdino, em 1997, para ficar em um único exemplo Como perguntou o saudoso Renato Russo, que país é esse? Eu respondo: O PAÍS DA IMPUNIDADE! Até quando?

terça-feira, 3 de maio de 2011

O capacho dos americanos


Depois de quase exatamente 10 anos dos atentados de 11 de setembro de 2001, o saudita Osama Bin Laden está morto. O exército dos Estados Unidos, em uma ação cinematográfica, liquidou o homem que era considerado inimigo público número do país mais poderoso do planeta por mais de uma década. O local, como se suspeitava, era no Paquistão, próximo da fronteira com o Afeganistão. Agora, Washington discute se deve ou não liberar as imagens do corpo do "filho da escrava", a maneira com a qual seus irmãos mais velhos por parte de pai o chamavam. Assim, embora chocante, comprovariam a morte do homem.
Mas chama a atenção que exatos 10 anos depois dos atentados que chocaram o mundo, resultando na morte de mais de 3000 pessoas, Bin Laden finalmente foi executado. Na administração George W. Bush, parecia impossível capturar o líder da Al Qaeda (a base, em árabe). CIA & FBI pareciam não entrar em acordo, enquanto a rede de comunicações do Catar Al Jazeera frequentemente enviava mensagens do (para muitos) "herói do Islã". Enquanto isso o cowboy senhor da guerra (que uns chamaram de defensor do cristianismo, justiça e liberdade, e outros compararam a Alexandre Magno & Júlio César, tanto nos aspectos positivos quanto negativos...) seguia com sua cruzada da Justiça Infinita, invadindo "justificadamente" Iraque e Afeganistão. Após prender um bando de muçulmanos, a maioria inocentes, presos sumariamente e torturados em Guantánamo, o filho de George Bush I finalmente capturou uma cobra criada pelos EUA, Saddam Hussein, um tirano que seria em seguida executado.
Paralelo a tudo isto, correm teorias conspiratórias que dizem que o governo americano permitiu que os atentados ocorressem. Em 11 de setembro vou detalhar melhor. Mas por enquanto, fico com a impressão que Barack Obama quis dar cabo de um (perdão do trocadilho infame) "cabo eleitoral republicano"! Seu antecessor não conseguiu capturá-lo...ou não quis? Quem sabe. Mas é tudo muito suspeito. Seja como for, a morte de Bin Laden não resultará num mundo mais seguro, mas será o começo do fim da Al Qaeda pelo menos. E claro, uma ótima vantagem para Obama e os democratas. Ah, só para registrar, Bin Laden não é unanimidade entre os muçulmanos. Tenho certeza que Mahmoud Ahmadinejad se não vibrou com sua morte, também não ficou triste. Afinal, o Irã dos aiatolás é xiita, a Al Qaeda é sunita, e esses ramos do Islã se odeiam mais entre si que a cristãos e judeus. Mas todo mundo sabe que a religião aqui é mero pretexto; a quetão é política.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Homenagem a Rui Biriva


Serei breve hoje. É só para não deixar passar em branco o falecimento desse grande artista gaúcho. Rui Biriva. Eu era muito fã dele, do seu bom humor, do seu estilo...mas infelizmente ele se foi. Deve estar lá no Andar Superior fazendo aquela festa com José Mendes, Gildo de Freitas, Teixeirinha, Leonardo e tantos outros. Seu único defeito era ser gremista (pelo menos, ele não viu a feia derrota de ontem...). Vai com o Patrão Velho, grande artista que nos deixa tão cedo! E, para encerrar, um absurdo: a tal da farra do boi! Vi outro dia cenas nojentas dessa barbárie pra ticada em Santa Catarina.E uns trastes querendo enfrentar a polícia por causa disso! Francamente, enquanto esse tipo de lixo existir, não vejo perspectiva de progresso para a humanidade. Até mais!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cansei dos papagaios do Fidel



O proprietário de Cuba, hoje aposentado de suas funções, Fidel Castro, em um de seus famosos, numerosos e extensos discursos disse certa feita: “Paparicam-se animais de estimação, enquanto milhares de crianças morrem de fome”. Belo discurso, vindo de homem que possui uma das maiores fortunas particulares do mundo, e que comandou um país despoticamente durante 47 anos! E seus defensores dificilmente morariam lá...
Pois bem, na edição do dias 19 & 20 de março deste ano, o ex-senador Sérgio Zambiasi reproduziu em sua coluna no jornal Diário Gaúcho, o e-mail de um tipo que se identifica como L. Benites. Basicamente ele critica não só a mídia gerada pelo desaparecimento do cachorrinho Pinpoo, mas também o que ele julga como empenho de autoridades para a solução do “caso”, enquanto há gravíssimos problemas sociais, entre eles “crianças comendo no lixo”...O texto do sujeito é repleto de ironias às nossas competentes e eficientes autoridades, e lembra-me muito exatamente o discurso do Fidelito.
Não faço a menor ideia de quem, o que ou como é esta pessoa, quais são suas convicções políticas, filosóficas, religiosas, científicas, etc. Mas posso afirmar com toda a certeza que não gostei nem um pouco dessa ladainha que me tagarelam a quase 36 anos nas minhas orelhas! SE ELE TEM DIREITO DE EXPRESSAR SUA OPINIÃO, EU TENHO DIREITO DE EXPRESSAR A MINHA! Nós, senhores do Universo, temos direito de massacrar, explorar e destruir todos os outros seres, pois somos superiores. Mas -que engraçado - tanto faz aceitar Gênesis ou Darwin, a conclusão é mesma: no fim das contas não somos tão superiores assim aos animais ou aos demais seres que habitam o planeta Terra. Mas nós temos o direito de explorar inclusive (e principalmente) o nosso semelhante, não é? Como disse Thomas Hobbes, Homo homini lupus, homem lobo do homem, em latim. E é evidente que se os verdadeiros direitos humanos (não superproteção de delinquentes) não são respeitados, não é direitos de animais que serão, né?
Quando li isto, fiquei com nojo. Este “cidadão”, o tal L. Benites deve ser um cidadão em todos os sentidos do termo. Sim, aposto que quando vê uma criancinha comendo lixo, leva esta imediatamente para sua casa, serve sua melhor comida e dá toda a assistência que ela precisa. A menos que seja um anarquista, deve ter votado nos melhores candidatos, os quais vão fazer de suas ironias a mais pura verdade. Quando ele vê um drogado, deve imediatamente tratá-lo, pois é um cidadão. Mas uma senhora que perdeu seu bichinho de estimação não tem o direito de se alegrar por recuperá-lo, pois ela deveria primeiro pensar nas criancinhas comendo lixo! Mas que mulher má!
Como diria o famigerado apresentador Ratinho: SAI PRA LÁ, JACARÉ! Esse discursinho, típico de esquerdistas retrógrados,daqueles que não bebiam Coca ou Pepsi, porque eram o "caldo negro do imperialismo americano", não passa de pura demagogia hipócrita. Pessoas como esse tal L. Benites geralmente não colaboram para tornar este mundo melhor. Será que ele faz a sua parte, além de ironizar (com razão, admito) as autoridades? Sim, porque se ficar esperando por estas, vai cansar. Debocha de um cachorrinho que foi encontrado, mas a julgar pelo discurso, deve ter aplaudido quando soltaram o Jundiá (o adolescente assassino em série de Novo Hamburgo). Eu já me cansei de tipos assim! Dia desses, li a coluna de Lya Luft, dizendo que baleias encalhadas não a sensibilizam; e outro dia, na coluna de Beatriz Fagundes no jornal O Sul, uma mãe se queixava que davam mais atenção às corujinhas de Imbé que a seu filho mauricinho drogado de 22 anos.
Como diria Jack, o estripador, vamos por partes. Lya Luft, que segundo um leitor da mesma edição do Diário Gaúcho, está no nível de Luís Fernando Veríssimo e do saudoso Moacyr Scliar (menos, menos): se você não se sensibiliza com baleias, a maioria das pessoas, sim. E apresenta razões semelhantes as do L. Benites. Beatriz Fagundes: você ficou com o coração partido com a tal mãe; eu não! Porque é um branquinho bem-nascido, cuja mãe pode mandar e-mail para uma colunista de jornal. E não querendo julgar, mas já o fazendo, quem sabe ela não tivesse culpa. Um marmanjo de 22 anos; se fosse uma criança ou adolescente...E se as corujas têm mais direito que ele, ele tem mais direitos que um pretinho pobre de favela, que só serve para engrossar estatísticas, ser só mais um número na página policial. A propósito, as mesmas pessoas que chiaram contras as corujinhas por não poderem estourar seus fogos de artifício (nossa, que coisa mais importante!), hoje as protegem, pois elas são atração turística em Imbé.
Quem ler isto talvez ache que sou um misantropo, que tenho ódio mortal da humanidade inteira, e que julgo que animais têm mais direitos que humanos. A última parte é “meia-verdade”, pois acredito sim que os animais valem mais do que certos humanos. Saibam que eu chorei com a tragédia do Rio, daqueles adolescentes brutal e cruelmente assassinados por um lunático (a propósito, aqui está virando Estados Unidos?); e, é claro, não posso esquecer o anjo Isabella Nardoni (embora não consiga deixar de concordar com Antonio Carlos Macedo, que perguntou por que só crianças bonitas, brancas e bem-nascidas sensibilizam nosso povo...). Mas eu só não gosto de gente do mal. E na condição de professor, acredito que faço mais por crianças e jovens do que tipos como esse tal L. Benites, passando cidadania e não demagogia e hipocrisia! Certo, não conheço o tipo, estou julgando-o apenas por suas palavras. Mas não era isso mesmo o que ele quis dizer?
E afinal, por que casos como os do Pinpoo sensibilizam mais as pessoas que “criancinhas comendo lixo”? Acredito que as pessoas já cansaram da maldade humana banalizada, e que os animais, por não fazerem mal a ninguém, mereçam maior investimento. E isso é grave sinal de nossos tempos. Mas todos têm seus direitos sim, animais e crianças. Comparo quem não gosta de animais a racistas: eles têm direito de odiar seu semelhante, seu próximo? Destruam o meio ambiente, e aí teremos mais criancinhas comendo lixo. Invistam no cidadão, e além de termos um futuro melhor, não teremos mais dilemas de quem tem mais direito.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Mais uma pequena homenagem

Agora é para alguém que me acompanhou nos últimos 9 anos. Antes de chegar em casa, não sabia nada de sua história, só que era uma "encrenqueira" na ARPA (Associação Rio-grandense de Proteção Animal).De fato, era muito temperamental e não foram poucas vezes que causou algum problema em casa. Mas sei que conosco ela foi feliz...Ela nos amava, e nós a amávamos. Não tinha raça definida, acho que tinha qualquer coisa de schnauzer. Seu nome era Monique, era uma das minhas cadelas de estimação, que ontem repentina e infelizmente me deixou. Desde já, sinto muito sua falta; vai ser difícil se acostumar...Ela foi fazer companhia ao meu também amado Sheik, cuja passagem já mencionei há quase 3 anos neste mesmo blog. Estejam com Deus, meus queridos! Hora dessas, ponho a foto deles aqui. Por favor, insensíveis de plantão: respeitem minha dor!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Shalom, Moacyr Scliar


Eu conheci o homem pessoalmente. Ele esteve no campus de Guaíba da ULBRA. Falei com ele rapidamente; nosso govorete,como diria o Alex (Malcom McDowell) de Laranja Mecânica, foi breve, não mais do que 5 minutos, e falamos de ...futebol! Pois é, comentei com ele sobre um "erro" do livro Histórias de Porto Alegre (L&PM), que era a origem do nome do meu Internacional (aquela história de Internazionale de Milão); e depois, falei sobre outro assunto que será comentado em breve. Já havia o visto antes, já será detalhado. Mas realmente o homem era de uma simpatia e atenção com o público que nem sempre se vê por parte de pessoas famosas! Por causa disso, o considero como se fosse um amigo de longa data, e, como não poderia deixar de ser, sua passagem entristece a todos, não apenas fãs, como eu, mas também a todos os amantes da Literatura e, porque não, ao público em geral.

Tenho 4 exemplares de sua vasta obra: o já mencionado Histórias de Porto Alegre, A Festa no Castelo (L&PM), No caminho dos sonhos (FTD) e O irmão que veio de longe (Companhia das Letras); recomendo todos, embora teoricamente seriam, na maioria, infanto-juvenis. E é claro que vou aumentar meu acervo das obras deste que é um dos maiores escritores gaúchos de todos os tempos, orgulho de nosso glorioso estado, e que agora é mais que imortal: É ETERNO! E agora,compartilho com vocês os e-mails que trocamos:

" Prezado Senhor Moacir Scliar: Meus cumprimentos. Meu nome é Sandro. Em 1991, o vi pessoalmente, quando o senhor foi dar uma palestra no Colégio Concórdia, mas nem cheguei perto; porém para mim seria uma grande satisfação falar com quem ocupa um lugar que Erico Verissimo e Mario Quintana não puderam ocupar. Bem, por que lhe escrevo? Digamos que me deu vontade. Eu teria pilhas de assuntos para conversar (e se possível, conversarei) mas infelizmente a disponibilidade não é muito grande (o computador é da Escola onde trabalho); sendo assim, vou lhe perguntar algo que creio que o senhor saiba (ou pelo menos me dê uma dica!). Gostaria de saber se o sobrenome Pottenstein (não sei se essa é a grafia correta, tudo que sei é por uma tia-avó já falecida) é de origem judaica (é o sobrenome de uma bisavó materna minha, Emília); se me responder, serei muito grato, e espero entrar em contato com o senhor mais vezes, para falar quem sou eu. Ah, gostei muito de A Festa no Castelo e No Caminho dos Sonhos, e as Histórias de Porto Alegre. Até mais se possível, e desculpe qualquer erro no e-mail."

A resposta: "Meu caro Sandro: obrigado pelo e-mail e pelas belas palavras. Não conheço esse sobrenome que você menciona, mas não creio que seja de origem judaica. Grande abrs. do Moacyr."

É isso aí! Antes de encerrar, lembro que ele era torcedor do Cruzeiro, que vai ser de Cachoeirinha. Bom, esta é minha singelíssima homenagem a Moacyr Scliar. Onde quer que ele esteja, tenho certeza que iria gostar. Esteja com Yahweh Eloim (Senhor Deus), amigo de todos!